(a mulher exclama): - Meu filho está à beira da morte! Diga-me mestre, o que posso fazer para salvá-lo?
( mestre serenamente, diz): - Traga-me uma semente de mostarda, de uma família onde nunca ninguém morreu.
(...)
Sem questionar, ela sai desesperadamente, batendo de casa em casa. E quanto mais ela procura, mais se depara com o sofrimento das mortes alheias, e da que estava por vir:
(a mulher aos soluços, anuncia): - Não há semente! ...Ele morreu.
(o mestre serena e respeitosamente, diz): - Então afogue suas mágoas e enterre seu filho.
(...)
( mestre serenamente, diz): - Traga-me uma semente de mostarda, de uma família onde nunca ninguém morreu.
(...)
Sem questionar, ela sai desesperadamente, batendo de casa em casa. E quanto mais ela procura, mais se depara com o sofrimento das mortes alheias, e da que estava por vir:
(a mulher aos soluços, anuncia): - Não há semente! ...Ele morreu.
(o mestre serena e respeitosamente, diz): - Então afogue suas mágoas e enterre seu filho.
(...)
Quando assisti a essa cena no teatro, me arrepiei e entendi a inevitabilidade da morte. A dor de um pai, pelo amor de seu filho, a dor do mundo inteiro e as muitas mortes que vivem em uma só vida, dentro e fora de nós. E quantos e quantos sepultamentos internos, temos que consentir durante uma nesga de vida? Acredito que a cena acima, contenha a maior de todas as dores.
Quando penso no tamanhão dela, apaziguo as minhas, e enterro os meus e os seus erros, e os nossos rancores. Nesse momento entendo bem a imagem da própria caveira arando seu leito... É preciso recomeçar. Tantas vezes quantas forem possíveis! É preciso a morte para abrir os espaços da vida. É preciso saborear a mostarda e sentir no fundo de seu amargor o gosto do recomeço.
Um brinde às muitas mortes dessa vida! Que re-floreçam!