Respirante em ebulição.

Luiza Sarmento, Brazil

7.4.09

Gandhi esclarece:

Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?

"Quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. E, para cobrir essa distância, precisam gritar para se escutarem. Quanto mais aborrecidas, mais forte gritarão para ouvir um ao outro e cobrir a distância que separam. Por outro lado, quando duas pessoas estão enamoradas, não gritam; falam suavemente e até sussurram. E conclui: quando discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".

Mahatma Gandhi

3.4.09

Palavras de Joana Flor

Desejos
(Joana Flor)

Esse quando que não chega...
tarda alguns sentidos....
O como não basta pro meu onde,
sendo antes o instante

que te aguardo.
Já não tanto,
tento o acaso,
sendo este um caso perdido.
Enquanto sinto o quanto quero,
espero, o momento-minuto,
de um segundo,
onde meu mundo,
por um descaso do tempo,
encontre o seu quando.

2.4.09

Ao Sr. Carteiro de Bonecas

Minha boneca Emília, foi viajar. Levou com ela, em sua pequena mala, os sorrisos gratuitos que costumávamos colecionar quando passeávamos pelas ruas, enxergando a vida de baixo pra cima. Acho que preferiu se retirar, e correr o mundo, antes que entristecesse na estante ao me ver tentando me agarrar aos meus fiapos de fantasia. Sofri nessa época, ao me despedir da minha infância tardia. Lutava com minha imaginação para que ela continuasse fazendo de conta. Chegou o dia que não mais funcionou, e quando dei por mim, Emília já havia partido, sem despedir-se.

Nunca mais tive notícias suas. Mas um dia desses, ganhei de um amigo, um livro que me fez relembrá-la... Ou relembrar-me.

A história trata de um episódio na vida do escritor Franz Kafka. Um belo dia passeando pelo parque, encontra uma menina chorando, desconsolada, por ter perdido sua boneca. Então ele resolve criar uma fantasia, diz-lhe que sua boneca não se perdeu, nem foi roubada, ela na verdade, foi viajar, e que ele seria o carteiro de bonecas. Em suas mãos estava o coração da pequena, completamente entregue às suas histórias incríveis, de uma boneca que corria o mundo todo, conhecendo um país a cada dia, e reportando em suas cartas todas as belezas desse mundo.

Mal sabe esse tal amigo meu, que ele se transformou no meu carteiro de bonecas, me fazendo corresponder-me com Emília e a infância que ainda trago em mim.

Obrigada amigo.