Respirante em ebulição.

Luiza Sarmento, Brazil

13.3.12

Somente agora.

...e a vida o que é 
senão um acabar-se,
um consumir-se em moto contínuo
com a morte como norte
e todo o resto de adereço.

Se ao nascer a morte se avizinha
e não passa de uma noite bem dormida
no leito da latência
e desperta em seguida 
para nova experiência.
(Embora haja controvérsia).

Generosa que só,
admite que se duvide
a extensão de sua continuidade
Não importa qual seja a verdade
ela simplesmente, é.

Ah! Essa vida... 
então porquê aprendemos a viver
e vivemos enquanto aprendemos,
que quando a lição já está cumprida
é aí que se dá a despedida?


Não é por quê, e sim
pra quê,
pra quem, 
pra quando. 
E quando melhor do que o agora, 
onde a vida é fresca?


Não maldiga o presente, 
não subestime o futuro,
não se aprisione ao passado. 
Vamos deixar desde de já combinado
que o combinado é já. 

Vamos lembrar que somos inteiros e parte, também
Que ninguém é mais nem melhor que ninguém, 
e que todos somos por natureza, 
natureza. 

Olhe pra dentro! 
Enxergue a beleza. 
Pois a dança dos astros 
marca o passo com a dos átomos 
Que nada é exatamente o que parece.


Deixe todo dia sua prece para o planeta. 
Use sua prece pra lhe abrir o coração, 
os olhos,
e a veneta.
Para entender que ser feliz,
é uma oportunidade que não pára de acontecer
somente agora. 

24.2.12

Meditando sobre ser caju:


Fácil casca,
transbordante suco,
Polpa consistente,
Castanha luxo. 
o que atrapalha é a cica.

18.2.12

Um novo amanhecer:

Quando o silêncio me liberta das palavras,
eu canto com ele 
e observo o universo dançar...

21.11.11

Parafraseando Drummond

Tinha uma pedra no meio do caminho
Foi dela que extrai meu diamante.

Um Brinde!


Quando a vida lhe der um limão, lembre-se: Você está
diante da matéria prima da caipirinha!

27.9.11

Homo Eternus

O homem nasce e sofre,

e se alegra,

e sofre,

e cresce,

e sofre,

e se alegra.

E se pergunta se é possível estar para além do sofrimento:

E assim o homem pariu Deus,

(…pelo menos é isso que ele pensa…).


Então ele olha pra fora,

e procura respostas,

mais óbvia: dinheiro.

…e ele trabalha,

e abre mão de (quase) tudo para ter estabilidade.

Ele ganha.

Ele perde.

Ele troca.

E pra grande maioria,

Mais perde do que troca.

Então ele se vê numa encruzilhada:

Ou ele desencana,

e abre uma cerveja,

Ou ele busca conhecimento.


O conhecimento diferente do dinheiro,

só se valoriza ao ser partilhado.

E quando multiplicado,

transborda do ser humano,

E deixa outras marcas na história.


E a história se expande!

E a natureza se encolhe...

E enquanto o homem procura:

Comida,

Dinheiro,

A chave de casa,

Sexo,

Solução para a andropausa,

E fareja pela imortalidade;

se depara com uma resposta:

E se desconfia maior que Deus!

E se depara com outros milhares de mistérios,

E se sente...

humano.

Nova encruzilhada:

Ou ele se ilumina,

Ou se deixa cegar.


E nesse meio tempo

o tempo passa.

E assim…

E assim,

Ele vê a morte chegando,

E avalia o seu apego,

E avalia o seu legado,

E sussurra sua prece,

Ou se desespera,

Ou se emociona,

Ou se conforma,

Ou se entrega,

Ou compreende,

e se despede.

18.8.11


Caso Zara: Enquanto nós somos pessoas que temos muito mais do que o mínimo, pra viver. Há outras que doam sua própria vida, pra viver. Seu máximo sem luxos! E nós iludidos, exploramos sem saber, e nos calamos aos sermos explorados... eles devem estar chocados, por estarmos chocados.