E então no leito do Sim
Hiberna roncando o sonoro Não
Enroscado no lençol um dia manchado,
Nomeia por pecado o tesão e o beijo puro.
E o suculento amor de outrora,
Sequer pinga.
Resmunga o leite derramado em leito.
Hoje seco, hoje duro
Sorrateiramente retira-se do peito despido
Esticando o seu último olhar comprido por sobre os ombros,
Observa os corpos em escombros,
E como sonâmbulo, despista-nos.
Lamenta marchando firme ao horizonte
Levantando o passo como que para livrar-se da sombra
Que náufraga em nós, também nos abandona.
E lá vai o amor caminhando,
Na certeza de que é no mais escuro da noite fria
Que desponta calmo e luminoso
O novo dia.