Adoro trabalhar. Adoro o que faço, mas não me peça pra negociar. Se tem uma coisa que pra mim é desagradável, humilhante e constrangedor, é dizer quanto vale o show. Em profissões convencionais, existem piso, encargos, planos de cargos e salários, direitos, sindicatos, promoções... Mas na minha, não. Quer dizer... Até tem, mas é algo distante e raro. Toda vez que tenho que me defrontar com essa situação, sofro, não durmo, e fico ensaiando o que dizer. Normalmente, me sinto como um robô que transpira.
Me encontro com o predador, tento não pensar no quanto aquilo é difícil, e procuro fazer foco nos argumentos previamente ensaiados, mas não sem antes perder alguns litros de suor nessa batalha. Coloco minha impetuosidade pra escanteio, fico driblando alguns argumentos desfavoráveis e não esqueço de fazer uma mandinga pro goleirão.
Admiro as pessoas que sabem defender seu pirão, diante da farinha pouca. Sei que existem pessoas que me acham besta e até se ofendem, quando eu mando os meus heróis pra fazer as negociações diplomáticas. As vezes penso que existem alguns contratantes que adoram ver seus possíveis contratados numa situação humilhante, só pela frustração que sentem com suas carreiras, com suas famílias, com seus PAUS. E jorram, e se deliciam assistindo esse longo caminho até o acordo, com todo o seu sadismo na ponta da língua. Tenho certeza que se pudessem nos colocariam pra trabalhar de graça, como quem diz: "Você é que deveria me pagar, pra fazer algo no qual você se diverte e ganha fama". Como se toda a diversão fosse o grande prêmio, e a comida, o aluguel, os impostos e até mesmo a própria diversão fora do trabalho, fosse um luxo.
Sei que essa é uma questão que preciso trabalhar na vida, análise e afins, blá, blá, blá... Mas como não posso dizer o que penso pra essas pessoas, pelo menos divido aqui com vocês. E se você aí que está lendo, é alguma delas... Seja gentil comigo.
Me desejem boa sorte!
5 comentários:
Boa sorte, Luiza!
Bjus
Boa Sorte !
vc é admirável
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