É engraçada essa profissão que escolhi. Tão engraçada, que acho que seria mais justo se dissesse que fui escolhida por ela... O que vem ao caso é que essa experiência no rádio está sendo especialmente, surpreendente e me faz imaginar (mais do que nunca), nas inúmeras possibilidades de lugares que se pode “estar”, ao mesmo tempo. A capacidade de formar imagens na cabeça de milhões de pessoas - que certamente vou morrer sem conhecer-, nos lugares mais improváveis.
Lógico que já pensava nisso quando trabalhava na TV, mas agora, sinto que a ausência da minha imagem, se faz impor pela minha voz, para criar novas imagens particulares e inéditas na cabeça dessas milhares de pessoas por aí! Não é louco? Mó responsa!É o fenômeno que sociólogos e antropólogos chamam de COMUNICAÇÃO DE MASSA.
Quando as pessoas falam na Internet como uma ameaça à propriedade intelectual, acho que essa discussão, já se processa há anos... até então, pelo que sei, algo que cai em domínio público, chama-se: Folclore! Será que estamos vivendo na época do folclore cibernético? Independente do nome que se dê a isso tudo, não há nada mais louco do que imaginar, que não existe a possibilidade de compreender qual é a Luiza Sarmento, que cada uma das pessoas que me conhecem, seja pela TV, Rádio ou até em alguma escala de relação, tenha de mim. Quantos equívocos!
Pra começar queria comparar a profissão do ator ao do comunicador. Ao primeiro permite-se viver infinitas possibilidades de “EUs”, impossíveis de serem consentidas se não fossem atores. O segundo junta todas as suas qualidades, soma à amostragens de público e direciona ao seu “alvo”, somente uma parte de si... talvez a melhor. Alguns nem fazem toda essa questão, mas sem dúvida não mostram os avessos, os fundilhos de si mesmos (no sentido “defeitos” e não no sentido “Playboy” – Esse é mole!). Me enquadro nisso e não tiro o meu da reta! Há que se proteger! ...E parodiando o revolucionário, diria: “Pero sin perder la ternura jamás!
Mas voltemos ao rádio. Diante de toda essa revolução tecnológica, ele é um dos “avós” e talvez o mais generoso de todos os veículos de comunicação. Cada um que crie suas imagens e seja feliz! Viva o rádio!
3 comentários:
É Lulu. Rádio e livro permitem a imaginação voar, criar. Por isso que quando vejo filme baseados em livro fico sempre com um pé atrás... as imagens que criei quando li agora serão desfeitas. Enfim.. é muita loucura mesmo... analisar esse assunto é muito legal. Quanto ao Comunicador e Artista, bem, estou tentando achar esse meio termo aí... mas tá difícil! Quem sabe um dia vamos conseguir? Beijos, Kiki
Poxa Cris fico feliz em dividir com vc meus pensamentos. Minha única, fiel e exclusiva leitora!
Beijos
Realmente o rádio é ótimo, Luiza. A ausência de visual não significa necessariamente ausência de imagens. Afinal, a gente cria as imagens na cabeça. Por isso o rádio é tão legal, democrático que só ele!
Quanto ao folclore cibernético... gostei disso... dá samba! Ou, pelo menos, poesia. (ra-rá!!!)
beijo
Ps. por falar em poesia, aquela nossa conversa de avó portuguesa com a Manuela rendeu um poema. Quando puder, dê uma olhada no blog...
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